domingo, 17 de abril de 2011

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

EU VOU - PAUL MCCARTNEY NO BRASIL

Ingresso na mão, Felicidade no coração.

Após montar uma estratégia militar para comprar os ingressos, a operação foi concluída com sucesso. Finalmente estarei frente a frente com um Beatle pela primeira vez nessa vida. Agora este encontro já tem DATA (22/11/2010), HORA (21h) e LOCAL (Estádio Morumbi - São Paulo) marcados.


Pelo que estava analisando com os amigos que enfrentarão essa jornada comigo, o repertório de 35 musicas conta com 21 dos besouros. E o show desta turnê tem duração de quase 3 horas. Nada mal para um senhor de quase 70 anos.

Estou com dificuldades de concentração no trabalho. Só falo, penso e ouço Beatles.

Tenho revisitado alguns clássicos que estavam encostados em alguma região da minha caixa craniana. Cada música me transporta direto aos meus 10 anos de idade quando ganhei minha primeira bateria e montava, com meus primos, minha primeira banda.

A mochila já tá pronta para a odisséia. Segue a lista dos itens a serem levados. Ficou sensacional:

(i) Cerveja;
(ii) Gelo;
(iii) Bolsa Térmica;
(iv) Camisa dos Beatles;
(v) Óculos estilo John Lennon;
(vi) Bola de futebol (pra fazer um gol no gramado do Morumbi);
(vii) Isqueiro para Let it Be;
(viii) Sanduba de atum no pão de forma;
(ix) Capa de Chuva;
(x) Protetor Solar;
(xi) Bandeira do Brasil;
(xii) Cartolina e Pilot para comunicação com o ídolo durante o espetáculo.

Essa é uma preparação básica e obrigatória para encarar um show de Rock.


E para ir entrando no clima - esse show tem me deixando mais emocionado com as coisas - segue uma palhinha do que encararemos ao vivo.

domingo, 14 de novembro de 2010

INTERTEXTUALIDADE MUSICAL – “CAETANO PARA NOEL"

Diversos compositores estabeleceram diálogos entre suas músicas. Pode-se notar facilmente a relação direta entre as letras, como uma resposta à composição do outro autor. Essa interatividade rendeu frutos maravilhosos para MPB e permite com que letristas de diferentes épocas possam interagir no espaço atemporal da música.

O primeiro exemplo: Noel Rosa escreveu em 1934, junto com seu parceiro Vadico, uma canção para Ceci, a dançarina de cabaré que foi o grande amor de sua vida. O poeta chegou a ter um breve romance com a moça, mas acabou se casando com outra mulher.

Alguns diziam que Ceci não era uma prostituta. Dentro do cabaré, o trabalho das dançarinas era entreter os clientes para fazê-los consumir mais. Era proibido contatos íntimos. Mas fora dali, eventualmente, se envolvia com um cliente ou outro. Isso era suficiente para o sofrimento de Noel.

A música “Pra que Mentir?” questiona este amor não correspondido e a desilusão do poeta perante o relacionamento de sua amada com outros namorados:

Pra que mentir, se tu ainda não tens esse dom de saber iludir?
Pra que mentir, se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir, se tu ainda não tens a malícia de toda mulher?
Pra que mentir, se eu sei que gostas de outro que te diz que não te quer?

Em 1982, Caetano Veloso compôs o bolero “Dom de Iludir”, que estabelece uma imaginária correlação com o poema de Noel. O eu - lírico feminino responde, ironicamente, os questionamentos do poeta da Vila pelo ponto de vista da mulher.

Essa versão é do showzaço Noites do Norte Ao Vivo, DVD gravado em Salvador e São Paulo em 2001. Além do cuidadoso arranjo de Jacques Morelenbaum, destaco o solo de guitarra sensacional de Davi Moraes, que foge um pouco da calmaria característisca da música.

Vale muito a pena.




"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"

domingo, 11 de julho de 2010

A MAIS TOCADA

Essa foi a música mais tocada no meu Ipod em 2009.

Eu tenho um problema grave. Quando gosto muito de uma música, ouço tanto, mas tanto, que a esgoto em poucas semanas. Tudo começa quando baixo a ‘danada’. Rapidamente passo pro Ipod. Logo começo a ouvi-la em casa, no carro, até no trabalho. Meto a orelha mesmo. Não consigo parar.

Depois vem a fase do afastamento. Fico um tempo sem escutá-la. Às vezes consigo esquecer que ela existe e coloco outra no lugar. Mas quando é boa mesmo alguma hora acabo voltando.

Com essa música não aconteceu isso. Simplesmente não parei de ouvir até hoje.

Entre e Sente.

"Lembra do nosso abraço, beijo, sexo? Demaixxx"

sábado, 19 de junho de 2010

TERÇA-FEIRA TRIO

Esse é um daqueles projetos musicais que gostaria de ver por aqui. Nesse caso, em Paris, três excelentes músicos brasileiros se encontraram para fazer algo novo. Selecionaram um vasto repertório e fizeram releituras de alguns clássicos do choro e MPB com arranjos de extremo bom gosto.

Sérgio Krakowski, na minha opinião, o melhor pandeirista da nova geração. O garoto tá voando. Ricardo Herz, no violino, residente em Paris, tem diversos cds gravados e um trabalho reconhecido por artistas como Dominguinhos e Edu Lobo. E Fernando do Cavaco, no cavaquinho, que também mora em Paris, fundou o Clube do Choro, a sensacional Orquestra do Fubá e comanda uma das melhores rodas de samba da Europa: a Roda do Cavaco. Tive o prazer de participar numa passagem por lá em 2008, junto com my friend Roberto Moreno.

Aqui a gente ouve ‘Brejo da Cruz’, do gênio Chico Buarque, tocada pelo Terça-feira Trio em um show privado na casa do Fernando, em Paris. Inclusive o próprio Chico andou elogiando o trabalho em entrevista a revista BRAZUCA, de circulação na França e Bélgica. Confira.

Essa turnê podia dar uma passada pela Lapa. Tudo a ver.





NENE "BOLT" BROWN

É impressionante a passagem de som do Nene Brown, nas horas que antecedem o show de abertura da turnê CRU de Seu Jorge em Osaka, no Japão. Precisão e alta velocidade. Esse malandro deve ser capaz de pegar mosca com a mão.

Atualmente é um dos percussionistas mais requisitados do Brasil ao lado dos dois parceiros, Pretinho da Serrinha e Miudinho, que também fazem parte da banda. Juntos já tocaram com Maria Rita, Marcelo D2, Dudu Nobre, Zeca Pagodinho entre outros nomes consagrados.

Dessa afinidade musical formaram o Trio Preto, nome dado pelo francês Jerome Pijon, dono e DJ do bar Favela Chic em Paris e Londres, onde se apresentaram algumas vezes nos dias de folga dos shows com Seu Jorge.

No final do vídeo, depois do camarada quebrar tudo no tantan, o técnico de som, que esperou o fim da performance pacientemente, faz um pedido:

- Toca lento aê!


CACHAÇA É A P...

Momento de pura descontração nos bastidores da gravação do primeiro cd carreira solo de Mário Sérgio, ex cavaquinista e cantor do Fundo de Quintal, lançado em 2009.

Os músicos estavam reunidos em uma das salas do estúdio, quando Mauro Diniz, que dispensa comentários, apresenta no cavaquinho dois sambas do Bloco dos Cachaças, que desfila na orla da Barra da Tijuca durante o Carnaval do Rio de Janeiro e que tem nada mais que Zeca Pagodinho como padrinho e Marisa Monte madrinha.

O primeiro samba é bom...

"Dá licença que o cachaça vai passar;
Alegremente nos viemos nos apresentar;
Vamos levantar poeira;
O nosso bloco é de arrepiar.

Quem não toma uma purinha;
Vai de batida de limão;
O bloco vai te dar empolgação;
Quem não tem samba no pé bate na palma da mão;
No nosso bloco não existe confusão;
Mas pra limpar o gogó uma gelada vai bem;
Se ficar "bebu" vai a pé ou vai de trem."

Mas o segundo é o meu preferido. Tem todos os ingredientes para o sucesso de um samba de bloco: curto, melodia de fácil assimilação e aquele bom humor característico de quem gosta de tomar um negócio gelado no botequim:

“A benção meu padrinho Pagodinho;
E a madrinha Marisa Monte também.
A madrinha vem da Gávea e o padrinho de Xerém
E o Cachaça advinha de onde vem?

Viemos dos quatro cantos da cidade
Desfilando amor, felicidade.
Se me chamam de Cachaça a resposta é sutil:
- CACHAÇA É A PURA DO BARRIL!”

Nesse ninho de cobra ainda estão presentes outros músicos como: Esguleba acompanhando no tantan, Pirulito cantarolando, Paulão 7 cordas no cafezinho, Cláudio Jorge sentado no sofá, Carlinhos 7 cordas vendo TV, e outros mais participando do convescote.